Quando solicitei esse livro para leitura, sabia que iria sofrer para escrever sobre ele, só pela sinopse. Sim, ele se encaixa na categoria sick-lit (categoria de livros que envolve o tema de doenças associadas ao protagonista ou alguém importante na história), mas com esse gênero eu sempre sinto que não estou falando o que deveria sobre ele, entendem?
O livro de memórias é a história de uma jovem que deveria ter um futuro promissor, mas que quando descobre sobre sua doença, está muito mais preocupada com a degeneração da sua mente do que com a limitação que seu corpo irá lhe impor gradativamente.
Sammie é uma garota reservada que tem vontade de morar em Nova York para cursar a faculdade. Ela é uma das melhores da escola no clube de debate, não é chegada a festas e tem um grupo restrito de amigos. Então ela é informada que possui a doença Niemann-Pick C (NP-C), que é uma mutação genética (a doença é real, não foi inventada pela autora).
Essa doença geralmente se manifesta na infância, e é uma surpresa para ela, a família e até os médicos que Sammie tenha chegado aos 17 anos sem antes ter apresentado seus sintomas. O que incomoda mais a garota é que a NP-C vai começar a lhe roubar as lembranças. Ela nem se importaria se tivesse seus movimentos restritos e seus derivados, contanto que sua mente continuasse intacta.
Com isso, a garota começa a escrever O Livro de Memórias para a Sam do futuro poder usar como referência quando sua mente começar a falhar. A narrativa é rápida porque acompanhamos diferentes momentos da sua vida, como se fosse um diário. Sua preocupação no campeonato de debates, a primeira crise de esquecimento e demência, o primeiro amor... Os momentos que são mais marcantes para Sammie são mostrados ao leitor, mas de forma leve e natural, pois não há espaço para grandes lamentações. Ela sabe que seu futuro lhe será “roubado” e apenas quer viver o que puder, da melhor forma, até onde puder.
De certa forma, a garota começa a sair do casulo após a descoberta da doença. Acostumada a sempre ser mais analítica e a pensar sempre antes de agir, Sam começa a dar abertura para espontaneidade em sua vida, o que a leva a ter novas experiências.
Não fiquei tão tocada como achei que ficaria com o final, mas acho que foi um bom desfecho, de forma geral. O livro carrega esse tom constante de tristeza, mas como eu citei, é de forma leve, não é denso, para deixar deprê. Não tem nada de espetacular com relação a outros livros do gênero, mas para quem já curte, é uma boa adição. Ele passa uma boa mensagem de como fazer seus sonhos acontecerem da melhor forma possível com as ferramentas que temos e com as limitações que possuímos.
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