A Caderneta Vermelha é daqueles livros que chegam de mansinho, chamam atenção pela sinopse (e capa ❤) e acabam ganhando nosso coração por trazer uma história singela e diferenciada.
Não sabia absolutamente nada desse livro até vê-lo na lista de lançamentos do mês do Grupo Companhia das Letras.
Uma breve lida sobre o que se trata a história foi o bastante para me fisgar. Peguei o livro para ler algumas páginas e a magia aconteceu: só o fechei assim que a leitura foi finalizada. Quem não curte quando isso acontece?
Se um estranho abrisse sua mochila (bolsa, mala, etc.) nesse momento, ele descobriria muito sobre você? O quanto objetos podem revelar da nossa personalidade? Esse é o ponto de partida de A Caderneta Vermelha, com uma situação nada agradável: a protagonista, Lauren, é assaltada e perde sua bolsa. Laurent, um livreiro, acha essa bolsa na manhã seguinte ao assalto, mas sem nada que pudesse identificar a sua dona. É assim que a vida de ambos começa a se entrelaçar, com Laurent e sua busca pela proprietária da bolsa, a partir de seus objetos, principalmente, uma caderneta vermelha com pensamentos "avulsos" de sua autora.
Através de Laurent começamos a passear pela charmosa Paris. O autor consegue passar o clima do local, sem muitas descrições, afinal, o livro é bem pequeno. Os personagens já estão na casa dos 40 anos, então, preparem-se para personagens maduros, e questionamentos diferenciados dos livros mais jovens, claro. Adorei também as referências literárias que Antoine Laurain, o autor, faz de outros autores, afinal, o protagonista é um livreiro. Sou "dessas" que ficou bem satisfeita ao ver menção ao autor francês Marc Levy, por exemplo.
Alguns podem achar que Laurent chega ao limite, à linha tênue entre o "stalker" ou alguém que só quer realmente ajudar. Realmente, ele poderia apenas ter ido à delegacia, deixado a bolsa achada e seguir com sua vida. Porém, ao se deparar com os escritos de Lauren (que até então, ele não sabe que são dela, claro), ele acaba criando uma fixação por ela.
Pessoalmente, apesar de algum estranhamento inicial, achei que o autor desenvolveu as coisas de maneira leve, e o eventual encontro dos personagens é feito de forma natural. Terminei a leitura desejando estar em Paris, passear pela livraria de Laurent e degustar um ótimo café na companhia de uma das indicações dele. A Caderneta Vermelha é uma ótima leitura!
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