FREIRAS. ASSASSINAS! Eu acho que isso seria o suficiente para fazer qualquer um se interessar pelo livro, mas como as pessoas são diferentes, vamos lá. :)
Conheci Perdão Mortal através dos vários comentários entusiasmados da Bell e da Tassi (do NUPE), de como a protagonista era badass e a escrita da Robin muito muito boa! E pude confirmar isso eu mesma!
"Por que ser uma ovelha, quando você pode ser o lobo?". Essa é a chamada do livro. É a chamada para a nova vida de Ismae. Só eu que amo esse nome?
Acho que tem situações específicas onde a questão da ambientação funciona bem. Detalhes do mundo e descrições, algo tão comum em livros de fantasia, que acabam tornando a leitura um pouco arrastada para os leitores não tão assíduos do gênero. Minha preocupação inicial com Perdão Mortal foi justamente essa: os primeiros capítulos passaram voando (não que seja algo negativo) e achei que a autora iria pecar em nos apresentar o mundo de Ismae.
Passado quase 40% do livro essa preocupação se esvaiu. Trazendo algo não-comum para o leitor jovem, Robin LaFevers acertou em ousar um pouco. Ela focou na evolução de Ismae e deixou pouco para narrar a Bretanha de séculos atrás. Então sim, Perdão Mortal é um romance histórico, mas que não é focado em amor propriamente dito. É sobre conspirações políticas e "tretas" na corte. Mas já chego lá.
Ismae é uma garota com quase 18 que passa por poucas e boas até chegar no convento, que não é nada convencional. As futuras freiras são treinadas, basicamente, para serem "agentes da morte". St. Mortain é o "santo" que as representam. Então Ismae é apresentada a um mundo de venenos, armas e a todas as formas possíveis de se matar uma pessoa (deixando pistas ou não).
Depois de uns tempos (leia aqui ANOS) de treinamento, Ismae é convocada para uma missão: ficar infiltrada na corte para defender a coroa da Bretanha ao lado de Duval, o irmão bastardo da futura rainha. Aí vocês já imaginam a interação entre os dois, certo? Parcialmente! Um dos bons pontos da escrita da Robin é que ela não perdeu tempo em desenvolver um romance meloso e "arrebatador". Ismae já teve sua cota de problemas com homens anteriormente, e tem muita dificuldade em lidar com relacionamentos e com seu próprio corpo. Ela tem uma marca de nascença e a autora trabalhou bem toda a questão de aceitação, desenvolvendo bem o relacionamento entre Ismae e Duval, que é mais "real" do que se poderia esperar para livros de gênero igual ou similar.
O que mais curti também é que as cenas de ação são equilibradas com as conspirações políticas. Você suspeita de algumas pessoas que podem ser "os vilões", com várias pessoas de dentro da própria corte que poderiam sê-los, devido suas motivações e histórias.
Além disso, Perdão Mortal tem vários personagens secundários bem interessantes, e é uma boa também avisar que existem mais dois livros para compor a trilogia, mas que não necessariamente são continuações. O segundo volume, Dark Triumph (sem data de publicação no Brasil ainda) é narrado pela Sybella, que aparece pouco em Perdão Mortal, mas sua presença são em momentos de tensão e dificuldade da protagonista. E aparentemente, esse segundo volume se passa após os acontecimentos de PM. E o terceiro, Mortal Heart, é narrado por Annith, que também é uma das amigas de convento de Ismae.
Recomendo bastante Perdão Mortal para quem deseja se aventurar em um livro com pano de fundo histórico, mas que esteja mais interessado em tramas políticas e assassinatos do que romance, pois se o leitor procurar o livro com esse intuito, ficará desapontado. Caso contrário, é uma pedida certa! :)
Capas dos outros volumes (só porque acho que elas são lindas!)
Olá!
ResponderExcluirAcho que vou acabar colocando mais um livro na minha lista de leituras ;D
Amei sua resenha, a descrição ficou muito instigante e envolvente. Parabéns.
Um grande abraço
Até mais