No Início Não Havia Bob - Meg Rosoff

25 de outubro de 2015



Depois de muito protelar, vim falar com vocês sobre uma das maiores decepções literárias do ano! Meg Rosoff é autora de alguns livros já publicados pela Galera Record, voltados para o público bem infantojuvenil mesmo: Minha Vida Agora e Se Alguma Vez... Esse segundo, em particular, é muito muito ruim (e confuso!). Porém, resolvi dar mais uma chance para autora.

No Início Não Havia Bob me chamou atenção pela premissa: E se Deus fosse um adolescente? Daqueles bem mimados e e entediados com a vida? Pois é, eu queria ver onde isso ia dar, e infelizmente, não conseguiu evoluir muito mais do que uma caminhada até a esquina de casa! :(





Vou começar dizendo que não sei exatamente qual o objetivo dos livros da Rosoff. Mesmo que fosse só entretenimento, isso não fica claro. Pela escrita dela, pressuponho que ela queira passar uma "lição" ao final de cada uma delas, mas sinceramente, acho que isso não acontece para o leitor. Falo isso pois já estou bastante acostumada com infantojuvenis. Pode até ser que ele tenha funcionado para alguém, mas pelos comentários (e nota baixa) que vi no Goodreads, acho que não. Engraçado que a autora é premiada por outros títulos, mas enfim...

Sobre a história: como comentei brevemente ali em cima, Bob é Deus. E um deus adolescente, que está na fase "hormônios à flor da pele". Bob está acostumado a "pegar" algumas humanas e logo perder o interesse por elas. Até conhecer Lucy. Ele acredita que está perdidamente apaixonado dessa vez, e Lucy vira tudo o que ele deseja. Estar com ela torna-se seu objetivo. E a Terra e a necessidade de seus habitantes ficam "deixadas de lado" por causa disso.

Achei a ideia boa, mas a maneira que a autora escolheu para desenvolvê-la não funcionou. Ela poderia ter feito uma abordagem diferente sobre escolhas e suas consequências, algo como o filme do Jim Carrey, onde Deus tira férias por um tempo e Jim fica com os poderes do Criador em suas mãos. Se ela tivesse escolhido essa abordagem mais cômica, talvez o livro tivesse funcionado melhor. Ela até tentou umas piadinhas ácidas, mas acho que elas não de adaptam muito à realidade brasileira, então ficaram sem graça. Talvez a tradução também tenha ajudado nesse ponto, a perder o "timing" das piadinhas.

O personagem que achei que foi mal aproveitado foi o Sr. B, uma espécie de assistente de Deus. Ele poderia ter sido melhor aproveitado, com sua rabugice. Mas infelizmente com o plot "Deus e Lucy", ele ficou de lado. Uma pena! Não tenho muito a acrescentar sobre Lucy, somente dizer o óbvio que ela é uma "humana normal", jovem, que chamou atenção do Todo-Poderoso.

No Início Não Havia Bob foi minha última tentativa com a Meg Rosoff. Realmente sua escrita não funciona para mim. Apesar das ideias boas, a execução fica a desejar. Foi assim com Minha Vida Agora e agora com esse. E sim, a capa é bonitinha, mas apenas isso.


Título: No Início Não Havia Bob
Autor: Meg Rosoff
Editora: Galera Record
N° de Páginas: 240
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