#ResenhaConvidada: Síndrome Psíquica Grave

10 de junho de 2015

#ResenhaConvidada é uma coluna para convidados amigos do Brincando com Livros postarem suas opiniões de livros também! =)

#ResenhaConvidada da vez é da Tassi, do NUPE. Amiga querida, tradutora e agente literária, essa mulher é mil e uma utilidades e mais um pouco. Tem um gosto muito refinado para fantasia e levo muito em conta suas indicações! Ela hoje vai falar com vocês sobre um YA da Galera Record. :)


A Paciente, Leigh Nolan (essa sou eu), começou seu primeiro ano na Universidade de Stiles. Ela decidiu se formar em psicologia (apesar de seus pais preferirem que ela estudasse tarô, não Manchas de Rorschach).
A Paciente tem a tendência a analisar demais as coisas, especialmente quando isso envolve o sexo oposto. Exemplo: por que Andrew, seu namorado de mais de um ano, nunca a convida para passar a noite com ele e dar o próximo passo no relacionamento — leia-se transar? E por que ela passou a ter sonhos eróticos com Nathan, o colega de quarto de Andrew que tanto a odeia?
Fatos agravantes incluem: outros alunos de psicologia supercompetitivos, uma professora que precisa urgentemente de análise e uma colegial que acha que a Paciente é, em uma palavra, ingênua.

Admito que sou fã de histórias complexas com muitas tramas interligadas e jogadas políticas, tanto em livros contemporâneos quanto em históricos ou de fantasia. Mas, de vez em quando, um contemporâneo daqueles bem simples me chama atenção e as páginas passam tão rápido que a gente nem sente.

A história de Leigh podia ser a da minha ou da sua vida: começou a namorar no último ano do colégio e, ao passar pra faculdade, as coisas acabam ficando meio esquisitas pela quantidade de trabalho que os dois (na mesma universidade) têm pra fazer como calouros (todo mundo sabe que professor de 1o semestre adooora impressionar/meter medo nos alunos) e o relacionamento acaba meio que em um limbo, sem querer.

Como a maioria dos livros contemporâneos com foco no romance, temos (surpresa!) um triângulo amoroso. Leigh, estudante de psicologia, está em uma das pontas, seu namorado Andrew, super focado nos estudos e aparentemente sem vontade de perder a virgindade com ela tão cedo em outro e, para completar, o colega de quarto lindo, gostoso e misterioso de Andrew, Nathan está na terceira posição desse triângulo.

A história tem algumas leves pitadas de psicologia quando vemos Leigh falando sobre suas aulas e em todo início de capítulo há uma definição de algum termo ou expressão da psicologia que tem a ver com aquele capítulo, mas nada que se aprofunde muito.

O livro não tem nada de muito surpreendente e cai em alguns clichês básicos do gênero do tipo namorado-é-babaca-no-momento-certo-para-os-outros-dois-ficarem-juntos e a megera que quer pegar o cara que a protagonista gosta, mas mesmo assim é um livro leve com personagens divertidos, especialmente para quem não tem muuuuuuita carga de leitura acumulada no gênero ou consegue passar por cima desses pontinhos que não chegam a atrapalhar a história como um todo.

A única coisa que realmente me incomodou MUITO foi a autora cair no clichê do chinês burro que não fala a língua do país onde ele está direito. O jeito como ela retrata um personagem chinês mais ou menos na metade do livro é bastante vergonhoso e ofensivo, para propositalmente passar a imagem de que ele é burro e só pensa em conseguir dinheiro fácil. É um recurso preguiçoso e preconceituoso de alguém que precisa de um alívio cômico e não sabe fazer isso sem ofender alguém.

Em resumo, Síndrome Psíquica Grave é daqueles livros que podiam ser adaptados para um filme para tv da disney com a Hilary Duff (sou velha, me deixa) e estar passando em uma tarde de tédio no meio das suas férias: você vê, dá umas risadas, se diverte, mas não vai virar seu filme preferido.




Título: Síndrome Psíquica Grave
Autor: Alicia Thompson
Editora: Galera Record
N° de Páginas: 336
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