True - Erin McCarthy

True é um dos últimos lançamentos da editora Verus, e trata-se de um new adult. Para deixar bem claro - apesar de achar que alguns de vocês já notaram -, eu gosto bastante do gênero, acredito que muita coisa possa ser trabalhada nessa fase de vida, mas não consigo entender porque algumas autoras cismam em bater na mesma tecla e acabam utilizando elementos já tão explorados no meio.


Nem sei por onde começar a falar de True nessa resenha, pois acredito que ele tenha vários problemas. Nem tanto na construção das personagens, apesar de algumas coisas terem me incomodado, mas o problema maior dele, para mim, foi o desenvolvimento de enredo.

Erin promete um enredo simples envolvendo amor e sensualidade, descoberta da sexualidade, primeira vez...eu não nego que exista tudo isso no livro, o problema é como os itens foram tratados e executados na trama. Rory e Tyler não me cativaram em nenhum momento, de forma que eu não consegui “comprar” sua história, torcer ou vibrar por eles. Apenas sentia as páginas passar com apatia.

Sim, nesse aspecto o livro tem o seu acerto. A narrativa é ágil e não “trava” o leitor. A questão do desenvolvimento, como citei acima, é de algumas cenas serem abruptamente cortadas para o leitor, não senti uma fluência ou elo entre os acontecimentos, e foi difícil determinar uma passagem de tempo na história dessa forma.

Sobre Rory, ela é tratada no começo com uma pessoa que é racional, pé no chão e que só pensa logicamente, e do meio pro final da história simplesmente virou uma pessoa com uma necessidade absurda de atenção que chega a ser chato. A Jacq, do My book lit, definiu bem a situação “Ela passava metade do tempo se perguntando se Tyler realmente estaria interessado nela, e a outra metade do tempo praticamente implorando pro moço tirar sua virgindade.” Não poderia concordar mais.

Tyler é um rapaz bacana, que poderia ter sido melhor explorado pela autora se a narrativa fosse com pontos de vista alternados. Seria ótimo ver a questão do relacionamento com sua família, principalmente os irmãos, algo que teria feito a trama subir muitos pontinhos comigo se a autora tivesse tratado o assunto como ele merecia.

Tirando o esteriótipo “sou um tatuado badboy” não achei que a autora forçou tanto a barra nesse quesito de Tyler como em outros livros do gênero, o que foi bom. Mas na interação entre eles, Erin deu uma pisada de bola ao tentar passar para o leitor que Rory era uma garota realmente diferente. Uma das cenas que deixa isso claro e que me incomodou é quando Tyler diz que considera a garota “fodona” só porque ela gosta de seriados policiais, com médica legista e afins. Oi? Ela é considerada forte por causa disso? 

A autora tentou inserir um drama e conflito que não me convenceram também, achei até desnecessários. Sei que é comum ter algo que atrapalhe o casal para movimentar a história, mas acredito que se Erin tivesse se preocupado em desenvolver melhor a interação entre eles, e focar na sexualidade e drama da primeira vez de Rory - que era o foco principal no início da história, para começo de conversa -, essas coisas já teriam criado um cenário mais satisfatório.

Enfim, de forma geral, quem não leu nada do gênero ainda, pode acabar se encantando por True. Para quem está procurando mais um por já curtir o gênero, não vai encontrar nada de inovador ou cenas de romance arrebatadoras. Fica o aviso!

Título: True

Autor: Erin McCarthy

Editora: Verus

N° de Páginas: 260