#SemanaSilo: Silo - Resenha

"O que você faria se o mundo lá fora fosse fatal, se o ar que respira pudesse matá-lo?"

No primeiro post da #SemanaSilo contei pra vocês bastante sobre o universo criado por Hugh Howey. Falei sobre as limitações dos humanos sobreviventes da atmosfera tóxica que o mundo possui e sobre o Silo na qual eles habitam - e expliquei o que é Silo também, para quem não sabe ;)

No Silo, também como já foi dito, o controle de natalidade é rígido: só casais, que são inclusive, "aprovados" e registrados por lei, participam da Loteria. Através dela o casal sorteado tem permissão para tentar ter um filho, ou quem sabe, com sorte, gêmeos.

O pontapé inicial da história do livro se dá através de uma Limpeza - alguém punido com a morte que vai para fora do Silo para realizar a limpeza das janelas do Silo e depois morrer. Só que dessa vez, o condenado é nada mais nada menos que o xerife Holston, uma das autoridades do Silo. Ele e sua esposa, que pediu pra sair do Silo três anos antes, não conseguiram ter filhos através da Loteria, e após a morte dela, Holston ficou cada vez mais imerso em tristeza e curiosidade para saber o que a esposa descobriu.

Após alguns flashbacks do personagem, as coisas começam a esquentar, pois Holston deseja sair por conta própria, sua única infração foi ter dito isso em voz alta. E já queremos saber: por quê sair? E ele vai realizar a Limpeza? Após termos algumas poucas respostas inicias, a prefeita deve aprovar uma nova pessoa para ocupar o posto dele. E é aí que entra em cena nossa protagonista, Juliette.



Juliette é uma opção improvável. Ela é da Mecânica, um dos setores inferiores do Silo, uma pessoa simples e inteligente, com personalidade forte e que realmente não quer esse cargo. Mas Juliette acaba se envolvendo em uma teia de segredos do Silo e arrumando confusão pra si mesma, que até as verdades e mentiras são mais asfixiantes do que o Silo em si.

A narrativa do autor é ótima. Ela é permeada por meias palavras e ideias jogadas no começo do livro, instigando o leitor a cada página. Somos apresentados a personagens que tem sentimentos e ideias mas que não podem expressá-las. Eles estão sufocados por segredos, por regras e com isso, o leitor sente esse sufocamento. Ninguém parece estar falando a verdade, pessoas começam a se dividir em lados, e o Silo começa a ficar ameaçado por um novo levante, algo que aconteceu no passado e que ninguém pode sequer comentar - e os registros disso foram apagados, claro.

Em certos momentos do livro eu fiquei 'Não, ele não teve coragem de fazer isso', e via bons personagens virando pó diante dos meus olhos. Hugh não tem medo de tornar seu enredo autêntico, com baixas para todos os lados. O que mais me chamou atenção também é que até o suposto "vilão" parece não ser mau, afinal, ele não tem escolha, a ordem precisa ser mantida. Claro que essa é uma impressão minha, vocês vão ter que ler para tirar suas conclusões disso, mas senti pena do personagem. Do meio pro final o ritmo da narrativa cai um pouco, mas entendi ser necessário e plausível para trama.

E bem, preciso comentar só um pouquinho sobre o Epílogo, porque fiquei com aquela cara de 'WTF' absurda, pois o capítulo 82, o último do livro, termina de maneira 'ok', e o que instiga mesmo é o epílogo. As coisas vão ficar feias no próximo volume da trilogia, Shift. Sei que muitos estão cansados de trilogias e séries, mas realmente acho que vocês devem dar uma chance para Hugh Howey. :)

Silo e as próximas capas da trilogia.

Não se esqueçam que está rolando Concurso Cultural valendo 1 kit contendo o livro e brindes personalizados! Participem! ;)

Título: Silo
Autor: Hugh Howey
Editora: Intrínseca
N° de Páginas: 512