O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks - E. Lockhart

26 de dezembro de 2013





E então que você se depara com um livro de título curioso. E descobre, lendo brevemente a sinopse, que Frankie é uma menina. Além disso, fica sabendo também que o livro tem internato, hierarquia social escolar, tão presente em livros americanos/ingleses. Só eu que não passei por isso no Ensino Médio? D: Ou era da turma dos nerds (mas que sentavam no fundão e arrasava nas provas, haha <3 <3) e nem percebia os rótulos


Enfim, voltando ao plot...além dos elementos citados ainda temos SOCIEDADE SECRETA! Quem não ama esse tópico nos livros? Hahaha, eu adoro! <3


"Como uma pessoa se torna a pessoa que ela é? Quais são os fatores de sua cultura, infância, educação, religião, condição financeira, orientação sexual, raça, interações cotidianas – que tipo de estímulos a levam a fazer escolhas que farão com que outras pessoas a odeiem depois?"

Um dos últimos livros que li que continha esse tema foi a série Sociedade Secreta (da Diana Peterfreund, lançada pela Galera Record), onde a protagonista é universitária e se vê no meio das ações e brincadeiras de uma misteriosa e antiga Sociedade Secreta. Aí você me pergunta: “Porque está comentando sobre o outro livro? Não vamos falar sobre 'O histórico infame?'”. Calma, eu chego lá. Eu estou comentando isso porque pra mim foi muito difícil não fazer comparações entre as duas leituras, mesmo sabendo que o livro da Frankie é um só (?) e a série da Diana são 4 livros. E apesar dos personagens estarem em faixas etárias um pouco diferentes, gente, tem elementos MUITO parecidos.

Tirando essa comparação inicial, me dediquei a leitura da experiência de Frankie em virar, de um ano para o outro, de invisível para popular por causa de uns centímetros a mais de seios. Achei um pouco forçado ninguém dos populares notá-la no ano anterior e de repente, a notar por causa do seu “crescimento físico”, ainda mais que sua irmã, no ano anterior, fazia parte dos populares. Achei que foi uma forma meio forçada que a autora usou para já justificar os elementos pelos quais Frankie se revoltaria na escola (crítica indireta ao machismo e à hierarquia social e tal e tal).

E então nossa protagonista, como falado, fica popular do dia para a noite, mesmo sendo do segundo ano, devido sua “interação romântica” com Matt Livingston, um popular do quarto ano, e que faz parte da Leal Ordem dos Bassês, como sabemos mais pra frente junto com Frankie. Essa sociedade, como toda boa sociedade secreta, tem brincadeiras e travessuras como tradição desde 1900 e lá vai bolinha, une as pessoas e cria entre elas um vínculo de lealdade que deve perdurar até depois da formatura, na vida adulta. O problema para Frankie? É uma sociedade que só aceita homens.

Indignada por seu namorado participar disso e não contar, claro, para ela, Frankie quer saber cada vez mais. E começa a agir e interferir no grupo, criando já os atos infames que ficarão para sempre no seu histórico escolar.

A ideia toda é bem bolada, admito. Mas o que não me manteve firme na trama, além dos elementos similares à outra série que já citei, e que na minha opinião, é superior, são os valores e ideais de Frankie durante a narrativa. Eu sei que ela tem 15 anos e tudo é muito complexo nessa idade. Temos uma opinião sobre determinado assunto em um momento e no seguinte, uma totalmente oposta. 

Talvez não tenha ficado claro pra mim as reais motivações da Frankie por ter feito tudo o que fez. Ou eu tenha interpretado de forma errada, pois não consegui ver esse “girl-power-vou-mudar-o-mundo” como muitos viram nela. O fato de termos toda a história contada por um narrador oculto, ajuda nisso, pois não estamos dentro da cabeça de Frankie realmente. Ela é uma boa protagonista, com todos os seus acertos e erros, mas, no fundo, senti que ela fez tudo para que Matt a admirasse, ou seja, em função de um garoto!  E boa parte do livro me irritou bastante em relação a essa submissão dela, muito embora entenda que o primeiro amor, hormônios aflorados e essas coisas nos façam não tomar as melhores das decisões! XD

Não é um livro ruim, só foi um pouco aquém do que eu esperava para o gênero! A autora preparou o terreno para um ápice que não chegou. Fiquei esperando por um “grand finale” que também não veio, então isso foi bastante frustrante. Em linhas gerais, os comentários e reflexões acerca de crescimento, escolhas, futuro e sociedade são válidas, e por isso acho que, apesar de todos os pontos e poréns, vale dar uma chance para Frankie e descobrir o que de tão infame ela aprontou.



Título: O Histórico Infame de Frankie Landau-Banks
Autor: E. Lockhart
Editora: Seguinte
N° de Páginas: 344
Skoob

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5 comentários :

  1. Oi Ly

    Não gostei muito desse livro também e essa protagonista não me ganhou, chataaaaaaaaaaaa rs
    Pior que não entendi como tanta gente pode ter gostado e falar tão bem, não vi nada demais nesse livro..

    Beijos

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  2. primeira resenha que leio do livro e já começo espantada. Frankie é uma menina?? hmm, tá, esse azul da capa me enganou! hahaha
    a história do livro parece ser ótima. não esperava tudo isso quando lia a sinopse dele... mas esses comentários sobre o final dele me decepcionou e me desanimou para ler =/

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  3. Oi, Ly!
    Nossa, eu vi esse livro em algum lugar e de fato achei curioso. Lendo sua resenha, me interessei bastante pelos elementos que ele traz.
    Pena que aparentemente a trama não tem a pretensão de fazer o leitor se apaixonar.
    Só achei que não parece forçado o fato de Frankie ter se tornado popular por causa dos seios. isso acontece o tempo todo na nossa sociedade hipócrita, infelizmente... Fico até triste de pensar... Talvez seja uma analogia um tanto quanto extrema, mas o fato é que as pessoas em geral vêem as outras com os olhos do corpo, não da alma. E os adolescentes em especial podem ser bem cruéis...
    Beijos

    Meu Meio Devaneio

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  4. Eu achei que a Frankie tinha um girl power nela sim. É comum as inseguranças e tal, mas ela soube segurar as pontas nas piores situações. Acho legal colocar na balança o que ela fez de certo e o que ela fez de errado e ver rs Gostei das atitudes dela e a submissão que ela teve veio junto com o pensamento de "Puxa, tem algo errado aí mas vou tentar levar adiante." Todo tempo vi ela concordando com o namoradinho, mas ao mesmo tempo tendo pensamentos muito coerentes, como no momento que ela pensa em fazer algo insensato mas solta uma fala muito sensata e inteligente. Bom, eu adorei o livro e achei o final digno. Teve um quê de transição de uma menina pra mulher e gostei bastante. E claro, teve o 'that bad girl power I got (8)" que ela usou bem.
    Beijos
    Lucas.

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  5. Oi Lygia, eu escutei falar muito desse livro na época da Bienal, mas não tinha entendido bem o lance da Sociedade Secreta.
    Não curto protagonistas que vivem em função de um garoto (seja ela adolescente ou não). A história parece boa, mas não criarei tantas expectativas.
    Mudando de assunto: quero muito ler o livro Sociedade Secreta da Diana Peterfreund.
    Beijos!
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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