[Resenha] As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky

Título: As Vantagens de Ser Invisível
Autor: Stephen Chbosky

Editora: Rocco

Páginas: 223
Ano: 2007

Mais informações: Skoob

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História de aquisição do livro: Depois de ler a Tassi (Casco Literário) surtando com esse livro no Twitter, precisei pegar emprestado com ela pra ler. É, emprestado porque esse livro está esgotado em qualquer lugar que eu conheça. Por causa do filme, estrelado pela Emma Watson, ACHO que a Rocco deve lançar uma nova tiragem. 

Sinopse: Ao mesmo tempo engraçado e atordoante, o livro reúne as cartas de Charlie, um adolescente de quem pouco se sabe - a não ser pelo que ele conta ao amigo nessas correspondências -, que vive entre a apatia e o entusiasmo, tateando territórios inexplorados, encurralado entre o desejo de viver a própria vida e ao mesmo tempo fugir dela. Um jovem que não se sabe quem é ou onde mora. Mas que poderia ser qualquer um, em qualquer lugar do mundo.

"Sam batucava com as mãos no volante. Patrick colocou o braço pra fora do carro e fazia ondas no ar. Eu fiquei sentado entre os dois. Depois que a música terminou eu disse uma coisa:
'Eu me sinto infinito'."

É sempre uma diversão ler algo narrado por um personagem masculino. Os garotos, de forma geral, não são muito dramáticos e possuem uma narrativa mais descontraída, apesar de Charlie não ser um garoto descontraído, mas estamos diante de um personagem incomum e é isso que importa. E assim acompanhamos a vida de Charlie em 'As vantagens de ser invisível', só que através de cartas. O bom ritmo de leitura de Chbosky é justamente por isso, os dramas juvenis de um garoto no auge das suas descobertas e aventuras descritas objetivamente e endereçadas a um 'querido amigo'.

" Ele é invisível. (...) Você vê as coisas. Você guarda silêncio sobre elas. E você compreende. "

Alternando entre dias bons, entre dias ruins, Charlie narra seus dias aparentemente comuns, mas utilizando das cartas como forma de desabafar todos os seus problemas, sentimentos. Ele é fechado e por orientação de Bill, um dos professores da escola, tenta "participar". E nessa tentativa de participar, se socializar, conhece Sam e Patrick. E sua vida muda! Os amigos parecem preencher o buraco deixado a muito tempo por tia Helen, a quem ele realmente amava. Charlie tem apenas 15/16 anos, mas realmente não sabe como as coisas funcionam levando em conta a idade dele. O garoto tem muito aprendizado pela frente, muitas aventuras, muitas descobertas. Até então, ele era apenas uma pessoa invisível.

"Então, esta é minha vida. E quero que você saiba que sou feliz e triste ao mesmo tempo, e ainda estou tentando entender como posso ser assim."

O que realmente me cativou no livro é por ele ser aparentemente simples, mas carregado de sentimentos. Charlie me comoveu em grande parte da história, por ser particularmente diferente, por não se encaixar. E o livro tem quotes realmente lindos, e ele tem atitudes lindas durante o livro, mas também, atitudes imaturas. E ele sofre, e sente-se feliz. O livro é uma montanha russa emocional, mas é super gostoso de ler. Vários dos conflitos familiares dele são marcantes, e o personagem é tão ingênuo e realmente sabe ser amigo dos poucos que o assim consideram. Ele guarda segredos quando o pedem, ele não consegue mentir, e realmente, não é como se conseguisse ou tivesse forças para ser diferente.

"Eu tento me lembrar, quando me sinto ótimo como agora, que haverá outra semana terrível algum dia, então procuro guardar o maior número de detalhes que posso, e assim, na próxima semana terrível, vou poder lembrar esses detalhes e acreditar que vou me sentir bem novamente. Não funciona muito, mas acho muito importante tentar."

Pessoal, me perdoem pelo excesso de quotes, mas não poderia ser diferente. É particularmente difícil abordar de forma objetiva e simples uma história tão linda e que trouxe tantas sensações e sentimentos na sua leitura. Recomendo esse livro para TODOS. A leitura é muito obrigatória. Esse foi o primeiro romance do autor, e é um livro especial, tal como seu protagonista. Não sei realmente como apenas através de cartas  Chbosky conseguiu construir tão bons personagens, tão diferentes entre si e com tanta personalidade. O livro foi adaptado para o cinema e nem preciso dizer que estou louca para assisti-lo, certo? Espero que o filme não perca muito da magia do livro por causa das cartas...

" Mas, principalmente, eu estava chorando, porque, de repente, tive consciência do fato de que eu estava de pé em um túnel, com o vento batendo no meu rosto. Não importava que eu visse a cidade. Nem mesmo que eu pensasse nisso. Porque eu estava de pé no túnel. E eu realmente estava ali. E foi o suficiente para que eu me sentisse infinito."