[Resenha] Ler, Viver e Amar em Los Angeles - Jennifer Kaufman & Karen Mack

Título: Ler, Viver e Amar em Los Angeles 
Autoras: Jennifer Kaufman & Karen Mack 
Editora: Casa da Palavra 
ISBN: 978-85-7734-097-2 
Páginas: 319 
Mais informações: Skoob 
Onde comprar: Submarino | Saraiva | Americanas

História da aquisição do livro: Nunca tinha lido nada sobre este livro, nenhuma resenha e nem muita gente comentando. Em uma das idas à feirinha com a Mari, ela comentou que gostaria de lê-lo e que ele até estava sendo relançado com uma capa nova e apenas com o nome "Ler, Viver e Amar". Até aí tudo bem. Depois, notei que o livro estava por R$9,90 no Submarino e resolvi ler a sinopse. Nem preciso comentar como fiquei empolgada com o tema e ele rapidamente entrou para minha lista de "Must Read", rs.

Sinopse: Algumas comem. A maioria faz compras. Há aquelas que fumam ou bebem. Outras ligam para o terapeuta. Dora cura sua tristeza lendo - às vezes por dias consecutivos. Após a descoberta da doença do pai, o mundo dela desmorona: perde a carreira, depois o marido e, enfim, a auto-estima. Com trinta e poucos anos de idade, Dora escolhe o prazer das palavras ao caos da realidade. Separada pela segunda vez, sua vida se resume a ficar na banheira com vinho e livros - de Tolstoi a Mark Twain, de Flaubert a Jane Austen. Numa das idas à livraria para alimentar o porre literário ela conhece Fred, seu príncipe encantado: formado em literatura, oferece a ela ideias inteligentes, romantismo e uma válvula de escape. Mas a convivência com a família do namorado traz à tona sentimentos novos e a desperta para decisões importantes. Dividida entre Fred e o arrependido ex-marido, entre o ócio - resultado da herança deixada pelo pai - e a retomada da vida profissional, a personagem nos proporciona uma história divertida e charmosa na glamorosa Los Angeles.

"Eu coleciono livros da mesma forma que minhas amigas compram bolsas de grife. Às vezes, só gosto de saber que os tenho e lê-los de fato não vem ao caso. Não que não termine lendo-os todos, um por um. Mas o mero ato de comprá-los me deixa alegre - o mundo é mais promissor, mais satisfatório. É difícil explicar, mas eu me sinto, de alguma forma, mais otimista.
A totalidade do ato simplesmente me faz feliz". (p.23)

Em "Ler, viver e amar em Los Angeles" conhecemos Dora, personagem central e 'dona' do belíssimo quote acima! Quem duvida que eu quase morri quando li o parágrafo que define toda a minha compulsão literária em poucas palavras? A-P-O-S-T-O que várias pessoas se identificaram. Gostaram? Então, preparem-se, pois a narrativa gira em torno do comportamento bookaholic da protagonista, rs.

Dora está na faixa dos 30 anos, acumula dois divórcios e quase nenhuma vida social. Ela troca facilmente qualquer passeio por um final de semana deitada em sua banheira com um (ou vários, haha) bom companheiro - o livro! A obra toda, em si, quase se confunde com um almanaque de boas frases que definem leitores viciados, bookaholics e toda sorte de pessoas dessa área. Essa parte do livro eu realmente AMEI!

Quanto ao enredo, apesar da vida difícil - mãe alcoólatra, renúncia de carreira devido a doença do pai e uma irmã que constantemente precisa de ajuda com a filha pequena - Dora consegue proporcionar ao leitor ótimos momentos. Fatos cotidianos da vida da personagem são narrados e, posteriormente, sua busca pela resposta do famoso "o que vou fazer da vida?", isso tudo descrito de uma maneira que chega a ser cômica. A personagem principal é bem irônica e o fato de o livro ser narrado em 1ª pessoa, permite que tenhamos a visão do mundo através dos seus olhos. Alguns momentos são hilários e, em outros, você sente a tristeza de Dora.

Em meio à busca de objetivos, claro que a protagonista iria conhecer um homem - que não é perfeito, mas que chega quase lá, de acordo com ela - e adivinhem onde? Em uma livraria. Clichê? Claro que sim, rs. Mas não que isso seja um ponto negativo. Os dramas e loucuras da personagem parecem familiares e nos dão aquela sensação de "eu já vi isso antes", mas não chegam exatamente a incomodar. O que poderia ser melhor explorado pelas autoras são os diálogos. Em certo ponto do livro, a leitura, arrisco dizer, torna-se um pouco massante, devido às constantes 'viagens' de Dora.

Além do foco do vício de leitura da personagem, não existe nada de extraordinário na narrativa que justifique que o mesmo seja o "livro que mudou a minha vida". O enredo fica preso ao de sempre: um novo amor, o vendedor da livraria Fred que, diga-se de passagem, não me convenceu como 'mocinho apaixonado'; Palmer, o ex-marido arrependido e as confusões e descobertas que Dora realiza até tomar um rumo satisfatório em sua vida!

Não vou desmerecer os bons momentos da narrativa, pois eles existiram, mas confesso que o que mais gostei foram às citações de outros livros e falas de personagens de clássicos que amamos. Tanto que foi necessário, no fim do livro, um mini-apêndice com a lista de 'autores, artistas e trabalhos que são discutidos ou mencionados neste romance', nas palavras das autoras. Após ler a sinopse e descobrir que o tema principal é o 'vício em livros', criei expectativas altas e, infelizmente, o livro não conseguiu superar o que eu esperava.