Autora: Alice Sebold
Editora: Agir
ISBN: 978-85-220-0985-5
Páginas: 291
Mais informações: Skoob
Comprar: Submarino|Saraiva|Americanas|Fnac
Nota: 3/5
Sinopse: Um assassinato declarado nas primeiras páginas e uma trama que mescla presente e passado mostram todo o sofrimento, os conflitos e as desilusões de Helen, uma mulher capaz de dar fim à vida da própria mãe. Uma narrativa que trata com sagacidade um tema sombrio e delicado, que guarda segredos e dramas capazes de se transformar em terríveis tragédias.
É assim que Alice Sebold começa a narrativa do matricídio cometido pela personagem principal, Helen Knightly. A trama se passa em uma pequena cidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, em um subúrbio típico da classe média, onde a rotina impera e nada de diferente acontece, até aquele momento.
"No final das contas, matar minha mãe foi bem fácil. A demência, conforme desponta, tem o poder de revelar o âmago da pessoa afetada. O âmago de mamãe era podre como a água fétida de um vaso de flores mortas. Ela era bela quando meu pai a conheceu e ainda capaz de amar quando eu, filha temporã, nasci. Mas, naquele dia, ao me encarar com seus olhos vidrados, nada disso importava mais". (p.7)
Acompanhamos com Helen as 48 horas que se seguem ao assassinato. Não só mergulhamos com ela em suas lembranças (quando nos apresenta fatos do seu passado permeados pela doença mental da mãe e pela fraqueza moral do pai), como também vivenciamos as questões práticas do seu ato, como: o que fazer com o corpo, como contar as filhas, como reagir à polícia, etc.
Essa alternância entre passado e presente é, inclusive, um dos fatores negativos do livro. Tornou a leitura confusa, fazendo com que tivesse que voltar e reler vários trechos.
A protagonista, através de suas memórias, tenta justificar seus atos, não só para si mesma como também tenta nos convencer de sua atitude desesperada. No entanto, sua insanidade não ficou restrita ao crime, Helen deixa aflorar os pensamentos mais absurdos e acaba colocando-os em prática, sem se importar com as consequências que seus atos terão não só a ela mesma, mas também sobre as pessoas com quem mantém contato. No fundo, ela sabe que responderá pela sua conduta, mas isso parece insuficiente para trazê-la de volta à realidade.
Vale ressaltar que o livro está escrito em primeira pessoa, o que nos faz ter uma visão unilateral dos fatos. Portanto, é difícil analisar se os fatos apresentados pela personagem principal ocorreram da forma com que ela conta.
Confesso ter comprado esse livro sem ao menos ler a sinopse. Depois de ler os outros livros da autora, "Sorte - Um caso de estupro" e "Uma Vida Interrompida - Memórias de um anjo assassinado" tornei-me uma grande admiradora de seu trabalho.
Assim como suas outras obras, "Quase Noite" é uma história pesada, densa e cruel. Daquelas que, por vezes, precisamos largar o livro para digerir tudo que foi contado até o momento, para só então retomar a leitura.
Fiquei um pouco decepcionada com a história, esperava muito mais da autora, pois os outros livros são infinitamente superiores. Provavelmente o desconforto que sentimos ao ler “Quase Noite” seja a principal razão, é quase impossível nos colocar no lugar da Helen, pois existem muitos outros jeitos de lidar com a situação sem chegar a esse extremo.
Até para mim, que sempre gostei de livros fortes e instigantes, é uma leitura perturbadora. Então, só indico para aqueles que estão dispostos a respirar fundo e encarar essa complexa relação entre mãe e filha, em que a linha entre o amor e o ódio é mais tênue do que nunca.
Parece-me tratar de uma personagem psicopata. Pela forma com que matou a mãe e, mais tarde, ao relembrar os fatos, encontrar justificativas que amenizam a situação para o leitor é, sem dúvida, um romance de tese.
ResponderExcluirLiteratura árida, cruel e densa como você mesma afirmou.
Nossa, livro sombrio mesmo!
ResponderExcluirAcho que pra ler tem que estar num estado emocional muito bom, porque pra ficar deprimido deve ser rapidinho...
De qualquer forma, o livro parece ser ótimo, apesar de perturbador.
Adorei sua resenha ;)
Beijos!
Nossa. Quero . Este. Livro.
ResponderExcluirDepois que li IDENTIDADE ROUBADA estou fascinada por histórias trágicas.
Te indiquei pra um MEME!
http://livroseatitudes.blogspot.com/2011/07/selos-e-memes-10.html
Beeijos!
Bia | Blog Livros e Atitudes
Eu tentei ler esse livro, uma vez, mas o estilo da autora simplesmente não me cativou... Não consegui digerir mais do que cinquenta páginas sem achar o livro bastante entediante - o que é um pouco contraditório, porque o tema abordado me interessa MUITO; gosto de personagens sombrios e de tramas cruéis, haha. Só fiquei curioso para saber o motivo que te levou a dar nota 3, uma vez que, na sua resenha, não encontrei nenhuma crítica...
ResponderExcluir=*
http://livrosletrasemetas.blogspot.com/
Robledo Filho
ResponderExcluirMuito obrigada pelo comentário.
Gostei do seu questionamento, muito pertinente. Acho que esqueci de explicar os motivos na resenha. Então vamos lá...
1. Pra ganhar nota 5 eu preciso AMAR o livro. Sabe aquela leitura que você não consegue largar? Precisa chegar ao nível de Harry Potter. Difícil, né? Mas Jogos Vorazes conseguiu.
2. Como disse na resenha, a alternância entre passado e presente tornou a leitura confusa, fazendo com que tivesse que voltar e reler vários trechos.
3. Esse livro nem se compara aos outros livros da Alice Sebold, portanto, fiquei um pouco decepcionada. Mas não o suficiente para abandonar o livro, fiquei curiosa pra saber o final.
Você já leu os outros livros? Tenta ler pra ver se desfaz ou confirma essa opinião sobre a autora.
Beijos!
Beatriz Gosmin
ResponderExcluirAntes de ler esse, recomendo os outros dois da autora.
Também são histórias trágicas, mas superiores a essa.
Obrigada por me indicar. Em breve colocarei aqui.
Beijos!
Aione Simões
ResponderExcluirEu nunca tive problemas com leituras sombrias. Ao contrário, sempre gostei.
Mas sei que algumas pessoas não gostam pois se envolvem demais na história.
Beijos!
Denise Silveira
ResponderExcluirÉ, em alguns momentos Helen parecia mesmo ser psicopata; em outros não.
Só um psicólogo mesmo pra avaliar mãe, rs.
Beijos!
poxa, mais um policial!!!
ResponderExcluirGostei da capa.
Fllor meu blog está fazendo uma brincadeirinha : Estante Premiada, além de participar você ainda pode ganhar marcadores de brinde.
Passa lá, e veja como funciona!!!
Beijinhos. Mar
www.Imaginayre.blogspot.com
Nossa, não conhecia nem o livro e nem a autora, mas fiquei bastante interessada após ler o post. Geralmente tenho uma tendência a me sentir atraída por tramas mais densas, obscuras e polêmicas. Acho que esse livro seria uma ótima pedida.
ResponderExcluirGostei principalmente deste trecho abaixo que você escreveu no post, foi ao lê-lo que me senti ainda mais empolgada com o livro:
"Assim como suas outras obras, 'Quase Noit' é uma história pesada, densa e cruel. Daquelas que, por vezes, precisamos largar o livro para digerir tudo que foi contado até o momento, para só então retomar a leitura."
Vou guardar o nome do livro para me lembrar dele quando for fazer comprinhas...
Aproveitando, tem sorteio de ESTAÇÃO JUGULAR lá no blog:
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Bjs
Bá! Sem palavras! Que chocante! Eu fiquei interessado nesta autora, desde o Uma Vida Interrompida, e agora mais que nada! Embora sua classificação tenha sido 3/5, o enredo é algo bem interessante. Acho que teria de esperar um pouco para lê-lo, estou lendo um tema delicado também, que envolve seu psicológico de certa forma, então caso eu compre, fica na pilha de próximas leituras (e olha que tá grande.. rsrs). Você resenha muito bem, fiquei impressionado! Ótimo!
ResponderExcluirMar
ResponderExcluirMuito legal a idéia da estante premiada, pena que não deu tempo de participar.
Beijos!
Aline, que bom que gostou.
ResponderExcluirRecomendo os dois outros livros da autora!
Já estou participando da promoção.
Beijos!
Lucas, muito obrigada pelos elogios!
ResponderExcluirÉ uma grande motivação.
Beijos!